Amador

Amador (2010 – ESP)

O novo filme de Fernando Leon de Aranoa é uma ramificação de seu trabalho anterior (Princesas), o tema imigração é forte, pulsante, mesmo que dentro da estética de Aranoa de filmes delicados, pacatos. Imigrantes roubam flores para revender, não há quase espaço na geladeira da casa de Marcela (Magaly Solier) assim como não há mais espaço para tristeza dentro de seu coração. Esse primeiro estágio é de ambientação, de tornar particular o drama de vivido dessa mulher, eclipsá-la a não ser apenas mais uma imigrante. Acompanhante de um senhor doente, eis o emprego que vai ajudá-los a pagar as prestações de uma geladeira nova. Ali começa o filme, tem início a mão de Aranoa, novamente uma personagem feminina encantadora pela simplicidade, nesse caso principalmente pela ingenuidade. Lentamente surge um confront de ideias entre os dois, cada um no seu mundo, do seu jeito, momento perfeito para o roteiro discorrer teorias com comentários bonitinhos. O filme é todo assim, como um desenho de criança onde as nuvens sempre ganham lugar de destaque e flutuam trazendo paz mesmo nos momentos mais dramáticos. Aranoa, mesmo no melodrama, consegue sacar uma capa e nos cobrir com seu universo de personagens doces, de vidas sofridas, mas com uma boa ponta de esperança.